O Diabetes Pode Começar no Seu Prato

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Cerca de 16 milhões de brasileiros sofrem de diabetes, a incidência da doença cresceu 61,8% nos últimos dez anos

O dia 26 de junho  é responsável por uma grande mobilização sobre o Dia Nacional do Diabetes, que consiste numa doença crônica na qual o corpo não produz insulina, hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue, ou não consegue utilizá-la de maneira adequada.

O corpo humano precisa da insulina para utilizar a glicose obtida por meio dos alimentos, como fonte de energia. Quando a pessoa tem diabetes, seu organismo não fabrica o hormônio e não consegue utilizar a glicose adequadamente, aumentando seu nível no sangue. Assim acontece a hiperglicemia, que se permanecer por longos períodos, poderá causar danos aos órgãos, vasos sanguíneos e nervos. A doença tem quatro tipos, sendo os mais comuns, o Tipo 1 e o Tipo 2, mas também existem a Diabetes Gestacional e a Pré-Diabetes.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 16 milhões de brasileiros sofrem de diabetes, a incidência da doença cresceu 61,8% nos últimos dez anos, considerando o período de 2006 a 2016. A doença é uma epidemia global e o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking dos países com o maior número de casos, atrás de China, Índia e Estados Unidos. São diversos os fatores que favorecem o crescimento do diabetes nos países em desenvolvimento: obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada.

Para o médico nutrólogo André Guanabara cada vez mais fica comprovado o quanto a ingestão dos alimentos está diretamente ligada à saúde de cada pessoa. “A nutrição moderna tem atuado na prevenção de doenças e na manutenção da saúde. O consumo de alimentos industrializados é um dos principais vilões para o aumento dos  casos de pessoas com diabetes, em especial a tipo 2. Tudo pode começar no simples prato de comida, tanto a saúde como a doença”,  afirma.

Entre os vilões que contribuem para um quadro diabético, está o açúcar, que em sua versão refinada é considerado um carboidrato simples e sem nutrientes, é absorvido muito rapidamente pelo organismo, elevando os níveis de glicose e fazendo com que o pâncreas produza insulina para regular a taxa de glicose no sangue. A liberação deste hormônio além de necessário gera aumento de peso e ainda implica em outros riscos.  O grande consumo de açúcar pode gerar riscos de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, hipertrigliceridemia, potencializando o risco de infarto e acidente vascular cerebral. Também é considerado um destruidor da flora intestinal boa e, além disso, diminui a barreira protetora intestinal.  O açúcar vicia porque interage no cérebro com neuropeptídeos, substâncias que levam à dependência. O órgão central do sistema nervoso registra que este tipo de carboidrato é uma fonte rápida de energia e torna a requisitá-lo quando há falta de alimentos.

As pessoas querem viver cada vez mais e com melhor qualidade de vida, mas nem sempre estão agindo acertadamente para alcançar esse objetivo. Muitas vezes, por acomodação, outras vezes por falta de informação e de oportunidades.

“Manter uma alimentação correta, ter uma rotina de exercícios físicos e exercer a espiritualidade tem sido cada vez mais desafiador para a maioria das pessoas, justificadas pela grande quantidade de atividades e responsabilidades do dia a dia. Mas é preciso internalizar que uma vida mais longa e de qualidade só é possível quando existem escolhas, prioridades e dedicação às diversas áreas da vida, buscando tornar viável e regular os cuidados com cada uma delas, permitindo que as pessoas possam se apropriar de alternativas que se encaixem com suas rotinas familiares e de trabalho”, explica o nutrólogo.

O caminho não é rápido nem fácil, mas é muito recompensador. Tudo começa pelo estilo de vida e dedicação à  saúde física e emocional.

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