Nossa cultura política é do tipo personalista, muito influenciada pelas novas tecnologias de informação e comunicação que nos trouxeram para a era imagética, e também resultado de algo mais enraizado historicamente, a visão turva entre o público e o privado.
Essa “visão” que vem lá do início, do período colonial, onde o dono da fazenda era dono de tudo e de todos dentro dela e, se manteve e aprofundou com a transição dos “senhores” para as posições de poder, e perdura em algum grau até hoje. Nos relacionamos mais com os (as) políticos (as) e candidatos (as) que com as instituições partidárias, frequentemente as pessoas nem conseguem dizer a que partidos pertences as pessoas em quem votaram.
Na contramão dessa visão, chamo atenção para algo óbvio, porém pouco valorizado e observado, ‘não se faz política (nem campanha) sozinho (a)”. Frequentemente ignoramos a existência da equipe, que é todo um ecossistema de pessoas que tornam uma campanha eleitoral e um mandato possível e essa equipe tem uma função prática/operacional que se desdobra desde a estratégia até os serviços gerais, onde todos são parte importante e necessária de uma mesma engrenagem, e uma outra função bem mais estratégica e subjetiva de extrema importância, a de legitimar a campanha.
Você que é candidato (a), político (a) assessor (a) ou cidadã (o) já parou para pensar que as primeiras pessoas que acreditam naquele objetivo político são as pessoas da equipe? Sim, elas são pagas para trabalhar na campanha ou no mandato, mas acredito, não há dinheiro suficiente para pagar o empenho necessário para chegar ao fim do dia em uma campanha ou ao fim do mês em um mandato, é preciso o algo mais, é preciso acreditar naquele trabalho/ função que desempenha. Portanto, é imprescindível valorizar as pessoas que, com suas expertises, cimentam o chão da sua trajetória, da pessoa que monta sua agenda à pessoa que faz grude para colar seus cartazes. E se você é cidadã (o)/eleitor (a), preste mais atenção nas pessoas que trabalham nas campanhas, isso não é difícil pois geralmente você tem mais contato com elas do que com o (a) político (a) propriamente dito.
Observe a postura dessas pessoas, as atitudes, as falas pois elas são também uma extensão do (a) candidato (a)/ político (a) e devem refletir os valores de liderança dele (a) e são também sua fonte de informação para escolher quem lhe representa. Política não se faz sozinha, nem nós do lado de cá como cidadã (os) nem eles do lado de lá como representantes.
O segredo está em observar os detalhes!