Prematuridade: mulheres relatam como é ser mãe de um bebê prematuro

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Prematuridade: mulheres relatam como é ser mãe de um bebê prematuro

A experiência de ser mãe e pai de prematuro é, para muitas famílias, um desafio. Nos casos em que o bebê necessita de internação hospitalar, os pais precisam se adaptar a uma rotina ainda desconhecida. “Ser mãe de prematuro para mim foi uma surpresa. É saber que o amor chegou mais cedo e, por isso, ficamos ansiosos para ver que ele ficou bem”, relata a dona de casa Georgiana Martins,18, mãe de Joaquim.

O garoto nasceu de 30 semanas em 14 de junho num hospital de Sobral e precisou ser transferido onze dias depois para a Unidade de Terapia intensiva Neonatal (UTIN), do Hospital Regional Norte (HRN), da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado. “O acolhimento é muito bom aqui no HRN. Tanto o cuidado com os nossos filhos quanto conosco que estamos vivendo um momento muito frágil”, afirma Georgiana, que recebeu acompanhamento psicológico na unidade.

A psicóloga do HRN, Beatriz Albuquerque, conta que as mães de bebês internados na UTIN recebem, prioritariamente, atendimento psicológico. Além de dar um suporte emocional e ajudar a família entender a prematuridade, o serviço é fundamental para que seja estabelecido o contato e o vínculo entre mãe e filho. “A maior parte das mães de prematuros não tem um contato prévio com a prematuridade. Então, esse processo acaba sendo inesperado e antecipado para ela”, explica.

Acolhimento

O acolhimento dos pais de bebês prematuros no HRN começa ainda na Obstetrícia. Quando os recém-nascidos vêm de outros hospitais, o primeiro contato é feito pelas equipes do Banco de Leite, da Neonatologia e da psicologia. A equipe permite que a mãe conheça a rotina da Neonatologia e fornece informações importantes sobre a prematuridade.

Mãe do Francisco Kauê, nascido há pouco mais de dois meses, a dona de casa Ana Paulina Fontenele, 22, viveu pela primeira vez a experiência da prematuridade. “Eu já tinha visto um bebê prematuro, mas não imaginava que eu também passaria por essa experiência. Graças a Deus estamos firmes e fortes. Tenho esperança de que logo estaremos em casa”, conta. O bebê nasceu com 25 semanas de gestação no dia 28 de abril em São Benedito, a 28 km de Sobral. A criança precisou ser encaminhadas para a UTIN e passou ainda por outras duas unidades do HRN.

“Fui orientada quando cheguei aqui. Sempre me disseram como estava a saúde dele, que estava em estado grave e que precisava de muitos cuidados. Também fiz acompanhamento psicológico e consegui desabafar um pouco mais”, destaca Ana.

Neonatologia

Responsável por atender pacientes de 55 municípios da Região Norte do Ceará, a neonatologia do HRN possui 44 leitos. O acompanhamento das equipes continua mesmo após a alta hospitalar. Os bebês retornam para consultas periódicas até que estejam recuperados e as famílias, adaptadas. “Os bebês não são crianças pequenas, são prematuros. O desafio é entender que eles têm uma curva específica de peso e altura, têm o sistema imunológico mais frágil e precisam de um cuidado adequado e o envolvimento da família”, ressalta a enfermeira e coordenadora da Neonatologia do HRN, Maria Cristiane Soares de Lemos.

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